quinta-feira, janeiro 31, 2008

A imprensa, o socorro nosso de cada dia

Recente pesquisa da Edelman Brasil, indica que quase 64 por cento dos brasileiros confiam na mídia. Isso decorre do fato de que o Estado/Nação, os governantes, a classe política, abandonaram o cidadão. Pessoas mais humildes recorrem, diariamente, em todo o país (e, aqui, não é diferente), a programas de televisão, de emissoras de rádio, jornais, em busca de socorro para problemas de saúde, saneamento básico, violência urbana, transportes, entre outros. Saúde (made in falida CPMF) e segurança (no reinado do crime organizado) são os temas que mais pautam as atividades dos programas e jornais populares. Isso porque, é mais fácil confiar num jornalista, do que num político: Essa é a leitura que se faz dos números.

Na opinião do coordenador da pesquisa no Brasil (pois a instituição pesquisou o mesmo tema em outros países), “o brasileiro está se tornando um cidadão mais crítico e exigente”. Menos mal. Chega de povinho que se mata por pão e circo, embora a imprensa tenha registrado, nos últimos dias, cenas lamentáveis de baianos, criando a maior confusão, em meio a sangue, suor e cerveja, para conseguir ingressos para o Carnaval. Pelo mesmo motivo, aqui, em Florianópolis, gente da classe média alta acampou, durante dias, em volta do sambódromo Nego Quirido. Tudo pelo pão e circo.

Disse, mais ainda, o coordenador da pesquisa, também presidente da Edelman Brasil, Ronald Mincheff: “O brasileiro está cobrando mais do governo, está cobrando mais de empresas, está cobrando envolvimento social e responsabilidade social. O Brasil está amadurecendo e o brasileiro está amadurecendo”. Mas a classe política... Quanta diferença!

Como o cidadão cobra e o governo não dá uma resposta à altura da reivindicação, esse canaliza suas esperanças para outro setor, mais atuante: a mídia. Tanto é que, em outros países, como Suécia, Holanda, Bélgica, onde o poder público está mais presente, os governos tiveram notas bem maiores. No Brasil, para alguns analistas, a fragilidade do governo pode estar dando, à mídia, uma importância cada vez maior.

Voltemos aos números. Em primeiro lugar, bem lá no alto do pedestal da confiabilidade, os pesquisados colocaram a mídia, a imprensa, seria a palavra mais exata. O que aumenta, em muito, nossa responsabilidade, como jornalistas. Precisamos ser os porta-vozes dos brasileiros, abandonados pelos governantes e políticos. Isso é um fato irreversível. Devemos sim, assumir essa atitude. Mas, da mesma forma, não podemos agir como os políticos, buscando um populismo barato e perigoso, como vem acontecendo com programas de televisão, inclusive alguns gerados a partir de Florianópolis para todo o estado. Programas que usam o povo em benefício de seus apresentadores, na caçada implacável de números positivos no Ibope. São os propagadores da desgraça, eles, que babam sangue, arrotam arrogância, e assim, como os políticos, também estão enriquecendo, graças ao infortúnio de milhares. Números altos no Ibope, significam mais publicidade no horário, que se traduzem por melhores salários aos afortunados da telinha.

Em segundo lugar, na pesquisa, aparecem as empresas brasileiras, com 61 por cento, seguidas pelas Ongs, com 51 por dento. A mesma pesquisa revelou que a confiança do povo no Governo Federal caiu de 54 por cento, em 2004, para magros 22 por cento, no final de 2007. Pelos mesmos motivos. A autoridade constituída está voltando as costas ao cidadão, está negando seus direitos elementares de acesso à segurança, à saúde, só para citar duas grandes lacunas, crateras sociais que crescem espantosamente no governo populista de Lula da Silva Castro-Chávez-Morales. Principalmente, nesses dois serviços essenciais à população, há muito discurso, muita bravata e pouca ação. O resultado da pesquisa, para a turma da república do mensalão, só não é mais desastroso, se comparado com a Polônia, onde o governo recebeu míseros 11 pontos.

Com toda certeza, essa pesquisa, da Edelman Brasil, não foi realizada entre a clientela do bolsa-voto. Pois, sempre que são convocados a opinar sobre o desempenho do governo, os enclausurados do porão da ignorância e da miséria que, por comodismo, se conformam com migalhas e não buscam horizontes mais amplos, esses clientes dos favores oficiais, elevam o “cumpanheiro” populista, que condena “azelite”, à estratosfera da popularidade. Esse bolsa-voto, convenhamos, faz muito sucesso. E dá voto, pode acreditar que dá.

Tromba d’água sobre a Casan

A Casan está acumulando a segunda derrota, para a Prefeitura de Palhoça, em poucos meses. Primeiro, o prefeito Ronério Heiderscheidt não renovou o contrato com a estatal, optando pela municipalização dos serviços, com os quais a população parece satisfeita, visto que não temos reclamações. E, agora, despenca outra “tromba d’água” sobre a Casan.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, “a Casan tem um prazo de 30 dias para cumprir a sentença judicial da ação cautelar, requerida pela Prefeitura Municipal de Palhoça, que determinou o valor de 0,34 centavos por metro cúbico da água tratada, produzida pela Estação de Tratamento de Água – Eta -, localizada em Palhoça”. Assim, inverteram-se os papéis. O município, que comprava água da Casan, agora está atrás do balcão de negócios, e até estipula os valores que a empresa deve pagar. A sentença foi proferida, em 23 de janeiro, pelo juiz José Maurício Lisboa, da Segunda Vara de Palhoça.

Pressão energética

E a luta continua. Agora, com a Celesc. Depois que o Sul de Palhoça, a região das praias, ficou sem energia elétrica, por quase oito horas, no Reveillon, o prefeito Ronério Heiderscheidt transformou a Celesc em novo alvo de sua metralhadora da municipalização. Horas depois do apagão, anunciou a intenção de romper com a estatal elétrica. Mas a Celesc agiu rápido. Numa manobra, que pode ser tratada como operação abafa, convocou uma reunião de emergência e prometeu, ao prefeito, investimentos da ordem de R$ 28 milhões, 500 mil, em três subestações, a serem construídas, duas na Baixada do Maciambú, e a terceira na divisa com São José.

Como já conhece a novela Casan, que prometeu investimentos que nunca saíram do papel, e temendo uma reprise via Celesc, Ronério acelerou o passo. Em visita de cortesia ao engenheiro Gilberto dos Passos Aguiar, que assumiu a Gerência da Celesc para a Região Metropolitana, o prefeito de Palhoça fez questão deixar claro a sua “preocupação com a questão energética no município”. E solicitou urgência no inicio das obras prometidas. Depois de muito cafezinho, temperado com boas intenções, Passos Aguiar passou a elencar as prioridades e prometeu atender as reivindicações.

EM TEMPO – Os empresários e consumidores em geral, da Região Sul, já estão armazenando velas, para evitar uma possível escuridão, durante o Carnaval.

Restaurante Popular

Versão Pachecos. É a sugestão, que o presidente da Câmara de Palhoça, Nirdo Artur Luz (Pitanta), encaminhará ao prefeito Ronério, nos próximos dias. Idealizador do protótipo, lançado, em 17 de maio de 2007, no bairro Barra do Aririú, onde cerca de 400 pessoas almoçam, diariamente, ao preço de um real, Pitanta considera viável abrir uma unidade do Restaurante Popular, no bairro Pachecos. Tomou essa decisão, depois que constatou que, diariamente, aproximadamente 100 pessoas carentes de Pachecos se deslocam até a Barra do Aririú, de bicicleta, até andando, para se alimentar “com um mínimo de dignidade”.

A gastança, na república do mensalão

Falta dinheiro para a saúde, para segurança, para investir em transportes. Mas, não falta dinheirama para a gastança na república do mensalão. Muita atenção: nos últimos quatro anos, o Governo Lula da Silva Castro-Chávez-Morales, gastou, em média, R$ 1,2 milhão por dia (isso mesmo, um milhão, 200 mil reais, a cada dia), com diárias, para financiar hotéis, alimentação e deslocamento urbano de seus funcionários e autoridades. O valor não inclui passagens aéreas, revela o Portal da Transparência, site oficial do próprio governo. Passagens aéreas e despesas com o Aerolula entram em outra conta.

Pega-rapaz

Aquela “carreta”, carregada de alto-falantes e cornetas, mais parecendo uma penteadeira de puta, que os adolescentes, os garotos sarados e outros marmanjos de mau gosto usam para infernizar a vida dos vizinhos, com som alto, já tem nome. Acabo de batizá-la de “pega-rapaz”. Trata-se de uma armadilha, que os infelizes do barulho montam para atrair homens. Porque as mulheres, essas mais delicadas e educadas, nem chegam perto das carretas de som, principalmente quando de trata de pancadão. E os coitados barulhentos, sempre terminam as noites em “casais”, homem com homem. São os praticantes do sexo em marcha à ré.