terça-feira, maio 06, 2008

PORTARIA DO HOSPITAL REGIONAL IMPEDE ENTRADA DE VISITANTES E GERA TUMULTO

Por falta de fichas, ou cartões, substitutos pobres dos crachás, muitas pessoas deixaram de visitar seus familiares, tanto no Hospital Regional de São José, quanto no Centro de Cardiologia, que é um anexo do primeiro. A decisão intransigente e irracional da chefe da portaria, uma senhora mal humorada, de nome Evanete, provocou tumulto, na tarde de terça-feira, 6 de maio, o que exigiu o reforço da segurança, serviço prestado por uma empresa de vigilância, inclusive com a convocação de um policial militar.

Mas, como tudo começou? Algumas pessoas, que enfrentaram a burocracia da fila de visitantes, na portaria comum ao HR e Centro de Cardiologia, foram informadas que não poderiam visitar seus familiares ou amigos, enfim. E por quê? Porque os cartões ou fichas, de cartolina, referentes a alguns leitos desapareceram. Sem ficha ou cartão, não sobe. Simplesmente porque a senhora Evanete, por trás de seus óculos esquisitos, o que a deixa ainda mais rancorosa, assim determinou.

Assim fui informado. Quando solicitei autorização para visitar meu pai, fui assim despachado: “Alguém perdeu o cartão, e o seu (...) não pode receber visitas”. E tentaram me despachar, com uma expressão rotineira: “O próximo!” Ressalto, que isso aconteceu no horário regular destinado às visitas. Tudo isso porque um mísero pedacinho de papel sumiu, nas mãos de outros. Escafedeu-se.

Vejamos algumas histórias. Uma senhora, bastante idosa de uma cidade do Alto Vale do Itajaí, voltou para casa, sem visitar o marido, porque o cartão correspondente ao quarto “X”, leito “Y”, desapareceu. A mulher, bem brasileira, do tipo que aceita tudo, chorou, e foi embora.

Em outro caso de profundo constrangimento, uma mulher não pode visitar o irmão, também por falta de um pedacinho de cartolina. Mas, seria a primeira visita ao paciente. Como, então, não havia o maldito papelzinho, referente ao leito dele? Simplesmente porque alguém do hospital extraviou ou um parente do “inquilino” anterior, daquele quarto, do leito tal, não devolveu a fichinha na portaria. Não se trata de crachá. É um pedacinho de papelão por vezes verde, amarelo, azul, rosa, na maior diversidade.

E, assim, os casos se sucederam, se multiplicaram. Num montante de aproximadamente umas três dezenas, suponho. Conversei com pelo menos uns quinze descontentes. Descontentes, mas submissos. Gente que veio de longe e foi embora sem fazer a visita. Saíram, murmurando lamentações, xingando pelos cantos, reclamando. Mas, sem manifestarem o descontentamento. São os brasileiros que não lutam pelos seus direitos.

O fato atingiu outros setores do HR e da Cardiologia. Houve bate-boca, tumulto, muitas discussões. Os prejudicados registraram, de próprio punho, suas reclamações, num setor específico para as lamentações, críticas, sugestões.

Eu fiz o mesmo. Registrei minha queixa. Um BO no HR. Até parece coisa de delegacia. Fiz questão de registrar, primeiro, o quanto são eficientes e dedicados os médicos / médicas e enfermeiros / enfermeiras do Centro de Cardiologia e de alguns setores do próprio Hospital Regional. Mas também registrei veementemente, o meu protesto contra a portaria do HR, pela intransigência de alguns funcionários.

Mesmo impedido de subir até o segundo andar, da Cardiologia, realizei a visita. Não aceito um grosseiro não, quando tenho o direito estabelecido. Realizei a visita planejada e necessária e, faço questão de ressaltar: não discuti quando adentrei ao hospital.

A discussão ocorreu na saída, porque a senhora Evanete, ao descobrir a minha "indisciplina", ameaçou fazer uma segunda visita ao meu pai. "Vou lá em cima resolver isso", disse ela. Se, da primeira investida, já fora extremamente grosseira, imaginem o que poderia acontecer. É bom lembrar que trata-se de um homem doente, que aguarda uma cirrugia do coração.

Durante a visita, fiquei sabendo que uma funcionária da portaria, provavelmente a tal Evanete, estivera antes, em alguns quartos, discutindo com pacientes, causando preocupação e constrangimento. Ameaçando que esse ou aquele não receberia mais visita, por causa do dito cartão. Imagine um homem de 81 anos, com problema grave no coração, escutando desaforos de uma funcionária despreparada! A senhora Evanete, certamente, foi treinada para lidar com animais em estábulos.

Amanhã, e depois, sempre que necessário, no horário padrão das visitas, cumprirei meu ritual, mesmo se a portaria e a segurança tentarem impedir. Não tenho culpa se alguns pedaços de cartolina desapareceram. Nos caminhos do direito, do que é correto e legal, se alguém cruza o meu caminho, eu o considero obstáculo. E obstáculos existem para serem ultrapassados. Obstáculos, eu passou por cima.

Mas talvez, tudo se resolva de uma outra forma. Talvez a direção do HR tome alguma atitude.

A propósito, antes da próxima visita ao HR, passarei numa livraria e comprarei algumas folhas de cartolina, de várias cores. É a minha contribuição para o estatuto do bom senso. Só não quero encontrar obstáculos.

Afinal, só desejo visitar meu pai, que está internado, há mais de 60 dias. Se tentarem me impedir, terão que arcar com as conseqüências. Se começar a terceira guerra mundial, não será minha a culpa.

Baby Espíndola


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RÁDIO CAMBIRELA

Em breve, no ar.

De Palhoça para o mundo.

Faltam só mais alguns detalhes técnicos e burocráticos.


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