segunda-feira, maio 19, 2008

PRESIDENTE DA GAVIÕES ALVINEGROS ACHA QUE HOUVE NEGLIGÊNCIA DA POLÍCIA

O presidente da torcida organizada Gaviões Alvinegros, agremiação fundada em 1991, Carlos José Laus, o “Bola”, considera que houve “negligência, tanto da Polícia Militar, quando da Polícia Civil”, no caso da tentativa de invasão, à sede da entidade, na tarde de domingo, 18 de maio.


A PM, porque não escoltou os quatro ônibus da Império Alviverde, do Coritiba, até o acesso ao Estádio Orlando Scarpelli, no bairro Canto, Distrito do Estreito. E a Polícia Civil, porque liberou quase 200 agressores, autores de vandalismo, desordem, depredação do patrimônio público e privado, furto, roubo e violenta ameaça à integridade física de dezenas de pessoas.

Carlos Laus: "Fechamos o portão a tempo, com cadeado, e escondemos as mulheres e crianças em um barzinho, nos fundos"
Foto: Baby Espíndola

Apenas dois “torcedores” ficaram detidos – seriam liberados, mediante o pagamento de fiança. E os danos cometidos, quem vai pagar? – perguntam as vítimas.

Os quatro ônibus, com cerca de 200 agressivos torcedores, delinqüentes e bandidos, não vieram do norte, como seria natural. Segundo testemunhas, procediam de sentido contrário. Detalhe importante: quem viaja do Paraná, via BR-101, para chegar ao Estádio Orlando Scarpelli, não precisa passar, necessariamente, perto da sede da Gaviões Alvinegros, que está localizada no outro extremo do Estreito.

Carlos Laus disse que, em certo momento, devido à agressividade dos torcedores do Paraná, chegou a temer pela segurança das mulheres e crianças, familiares dos torcedores do Figueirense, que participavam de um churrasco de confraternização. “Felizmente, fechamos o portão a tempo, com cadeado, e protegemos as mulheres e crianças num barzinho, nos fundos”, afirmou, na tarde de segunda-feira, enquanto tentava colocar "a casa em ordem".

Todo o tumulto, iniciado pouco antes das 16 horas de domingo, 18 de maio, não durou mais de meia hora, tempo suficiente, contudo, para deixar um rastro de destruição. Pelo menos sete carros, estacionados na Rua Antônio Mattos Areas, foram destruídos e objetos foram roubados de seus interiores.

O presidente da Gaviões Alvinegros, explicou que a nota oficial da agremiação do Estreito denuncia a participação de “integrantes de uma torcida organizada, que é nossa rival”, numa clara alusão à torcida do Avai, porque imagens mostram a presença de faixas e bandeiras do Coritiba, junto aos torcedores avaianos, na Ressacada, no sábado, um dia antes do tumulto.

Para localizar a sede da Gaviões Alvinegros, um imóvel humilde, numa rua transversal do Estreito, escondida atrás de uma farmácia e, ainda, espremida por um edifício, somente conhecendo bem a região. Ou, então, contando com a ajuda de guias. Será que alguém, que conhece bem a cidade, cada bairro, cada rua, guiou os fanáticos "torcedores" do Coritiba, até a sede da torcida do Figueirense?


A sede da Gaviões Alvinegros, espremida entre os fundos de uma farmácia e um edifício, local pouco conhecido na região
Foto: Baby Espíndola

Volto a frisar: apesar de toda essa barbárie, a Polícia Civil de Santa Catarina liberou quase 200 bandidos, fantasiados de torcedores. O delegado deve ser torcedor fanático do Avai, o time rival do Figueirense. Ou intransigente defensor do direito humanitário, aquele em que o suspeito, investigado, acusado, réu, merece sempre mais atenção que a vítima. Outra justificativa, não existe.


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NOTA OFICIAL DENUNCIA A AGRESSÃO



Em nota oficial, o Grêmio Recreativo Esportivo Social e Cultural Torcida Organizada Gaviões Alvinegros repudia, publicamente, “a forma covarde e vil”, como membros da Torcida Organizada Império Alviverde tentaram invadir a sede dos torcedores do Figueirense, de Florianópolis.

O documento se refere ao caso como uma “cilada” dos torcedores do Coritiba, time do Paraná, “contando com a participação de torcedores de Florianópolis, integrantes de uma torcida organizada, que é nossa rival. Aquela mesma que costuma jogar bombas nos estádios”. Alusão direta à torcida do Avai.

A nota, assinada pelo presidente da Gaviões Alvinegros, Carlos José Laus (Bola), cita que, no momento da tentativa de invasão, o portão foi fechado às pressas, enquanto que as mulheres e crianças, filhas dos associados, “foram colocadas dentro do bar, que funciona nos fundos da agremiação”. Os associados e familiares participavam do “tradicional churrasquinho”, uma forma de concentração para a etapa seguinte, no estádio.

Diz, ainda que os torcedores do Coritiba “promoveram um verdadeiro arrastão, na Rua Antônio Mattos Areas, depredando veículos, quebrando vidros, jogando pedras em todos que por ali transitavam”.

Baby Espíndola



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