terça-feira, setembro 16, 2008

Editorial - LOBOS DE PELE VERMELHA

Para que possamos entender o que está acontecendo na América do Sul, basta uma composição com pouquíssimas palavras.

Pense num Continente alicerçado no pó da cocaína, nas cinzas da maconha, no chumbo das armas do contrabando, no sangue das vítimas de assassinatos, latrocínios, estupros e seqüestros.

Adicione a tudo isso, governantes corruptos, populistas, interessados apenas no poder incontrolável, sustentado por falsas democracias, que vão resgatar subsídios em ideologias falidas, saudosistas, que já proporcionaram ditaduras sanguinárias, como na extinta União Soviética. Da qual são herdeiros, regimes que persistem em existir em países como a China, do ditador mão de ferro, ou na Cuba da família Castro, onde Fidel reinou absoluto por quase meio século, só largando o osso para o irmão, Raul, quando vencido nas trincheiras da doença.

Não dá para entender como os súditos dessa gente perigosa, assassina, espalhados por toda a América Latina, não questionam seus líderes sobre esse modelito de democracia, que conduz um ao trono e defere aos demais o direito de bater palmas e seguir ordens. Fica difícil entender, que até professores universitários se curvam a essas ideologias, mesmo quando precisam saltar sobre cadáveres, para chegar até seus idolatrados.

Nas Américas, ao Sul da linha do Equador, estão confundindo socialismo com crime, seja ele organizado ou desorganizado. Democracia, com impunidade. E os bandidos, espertos que são, se aproveitam da situação para tirar o melhor proveito.

Ainda bem, que reações, mesmo que isoladamente, acontecem. Na Bolívia do entusiasmado aprendiz de ditador, Evo Morales, manifestantes encurralaram o governo central e forçaram o súdito de Hugo Cháves a abrir uma rodada de negociações. Durante várias manifestações e duelos de ruas, um confronto sangrento entre os fanáticos seguidores de Morales e Cháves e os insurgentes dos Departamentos (estados) produtores de hidrocarbonetos, 30 morreram. É o que se tem a lamentar.

Os governadores da região produtora da Bolívia protestam contra o aumento de impostos, o corte dos repasses de verbas originadas justamente pela produção de gás e petróleo e, principalmente, porque o senhor Morales, simpatizanteo de Fidel Castro e de Hugo Cháves, pretende alterar a constituição, para dela se beneficiar, indefinidamente, no poder. Estamos lidando com o império do crime. Lobos disfarçados de cordeiros. Os governadores da Bolívia perceberam e reagiram.

Na Bolívia, os governadores protestam. Aqui, onde o rei a cada dia arrecada mais impostos (mais de 700 bilhões de reais, só neste ano), os governantes estaduais são súditos bem comportados, capachos submissos ao poder centralizador da república do mensalão. Não esboçam nenhuma reação. Quando os estados estão quase falidos, sem segurança, sem saúde, para seus cidadãos, governadores acostumados à mendicância, vão ao rei, pedir esmolas.


Por que quase 70 por cento dos impostos são desviados para os cofres do rei, no Planalto, se os cidadãos vivem, espalhados, nas cidades? Por que, temos que trabalhar quase seis meses a cada ano, apenas para pagar impostos?

Definitivamente, precisamos importar governadores da Bolívia. Porque esses senhores e senhoras que o povo elege, para representa-lo nos estados federativos, não passam de simplórios súditos da corrupção do reinado do mensalão. Falsos líderes que se curvam, como se curvaram os chefes de províncias para o Império Romano.

Jesus Cristo não se curvou. Não pegou em espada. Mas não se curvou ao crime, à corrupção e à imoralidade. Manteve a dignidade.
(Baby Espíndola)

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