terça-feira, outubro 13, 2009

Editorial – PROJETO DE EMANCIPAÇÃO DOS “MARES DO SUL"

Lideranças que moram ou que possuem terras na Região Sul de Palhoça estão retomando os contatos, visando um movimento do tipo “Coração Valente”, visando a emancipação daquelas terras abandonadas. O movimento está ressurgindo muito forte, com importantes lideranças na linha de frente. Uma reunião deverá acontecer nos próximos dias.

Quando o movimento dos “Guerreiros do Sul” for deflagrado com força total, será também colocada em prática uma campanha publicitária, com o objetivo de conscientizar a população, que mora ou tem propriedades no Sul, ou mesmo de outros bairros de Palhoça ou cidades vizinhas.

Segundo os organizadores do movimento, todos serão beneficiados. O que não pode continuar é a situação atual. A Prefeitura de Palhoça se apodera das belas imagens da Guarda do Embaú, da Pinheira, Praia do Sonho ou Ponta do Papagaio, para promover o marketing do município, mas nada investe em infra-estrutura diretamente na região. Assim, aquela região balneária vai vivendo a duras penas, numa situação de caos quase que total, o que desanima os moradores, constrange os visitantes e turistas, e afasta os investidores. Década após década, as promessas de campanha se sucedem, sem que sejam cumpridas, nem mesmo parcialmente.

Dezenas de ruas estão esburacadas, com lagoas suficientemente fundas para se criar pesque e pague, e a Prefeitura não tem um planejamento, não bota em prática um cronograma de obras, capaz de amenizar os problemas, que são gravíssimos.

Mais grave, ainda: recursos naturais são atacados, a partir do Morro Cambirela, até a divisa com Paulo Lopes, sem que as autoridades esbocem qualquer tipo de reação. Para os órgãos ambientalistas, como Ibama, Fatma, Polícia Ambiental, para um “ajustamento de conduta”, com pagamento de certas somas por parte dos destruidores da natureza, para que licenças de funcionamento sejam liberadas. Pedreiras e areais, todos muitíssimo lucrativos, estão exaurindo os recursos minerais da Região Sul. Nenhum projeto de recuperação é colocado em prática. E o dinheiro, resultante das riquezas extraídas, nunca fica nas comunidades. Some com os caçambões.

Recentemente, um secretário foi empossado, para administrar a pasta denominada Secretaria de Desenvolvimento Regional do Sul. Muito bem intencionado, o senhor Laudelino Soares, aliás, profundo conhecedor daquelas terras. Mas, nada poderá fazer pela boa gente dos Mares do Sul, porque não conta com uma única caçamba ou máquina. Sem equipamentos para enfrentar o processo de favelização da região balneária de Palhoça, o próprio secretário vai virar alvo dos moradores, que muito reclamam e muito cobram. E com razão.

Então, segundo os organizadores do movimento pró-emancipação, a única saída é proporcionar a autonomia jurídica da Região Sul, a partir do Rio Cubatão, que seria a divisa geográfica.

Aqueles que defendem a emancipação, que não são poucos, admitem que os cofres de Palhoça poderão sentir falta da arrecadação de impostos da Região Sul. Mas os palhocenses e vizinhos de outras cidades, que têm investimentos naquela região, serão beneficiados. Porque, com independência, autonomia e receita própria, a Região Sul, ou Mares do Sul, ou Paraíso do Sul, certamente crescerá numa escalada surpreendente, com a possibilidade de oferecer uma melhor infra-estrutura aos nativos, veranistas e turistas.

O movimento cresce em organização e força. Em breve, uma campanha publicitária deverá esclarecer os objetivos da busca pela emancipação, oferecendo alternativas, para que aquela gente sofrida e humilhada, bem como os simpatizantes da causa, possam participar ativamente da mobilização.

O grupo – formado por nativos, turistas, veranistas, empresários, investidores, lideranças comunitárias e políticas – busca a emancipação, mas se sentirá premiado, compensado, com um pouco mais de respeito pela região dos Mares do Sul.
(Publicado no Jornal Primeira Folha)

Nenhum comentário: