terça-feira, junho 14, 2011

Editorial – BRASIL E BOLÍVIA, UNIDOS, NA DEFESA DO CRIME BILATERAL

Evo Morales assinou um decreto bem safado. Muito mal intencionado. Vai permitir a legalização de todos os veículos irregulares, em circulação na Bolívia. Pelos números oficiais, mais de 40 por cento da frota de carros da Bolívia foram roubados no Brasil.

A notícia de que Evo Morales está transformando os bolivianos em receptadores oficiais de veículos roubados, assustou os brasileiros.

Nós sabemos o que é comprar um carro, pagar dois, por conta dos pesados impostos, e perdê-lo para a bandidagem, com a conivência das autoridades.

Especialistas estimam que as quadrilhas de ladrões de veículos vão tornar-se mais ousadas ainda. Os bandidos, membros do crime organizado, conhecem os trilhos e atalhos do crime. Da mesma forma, sabem da facilitação. Fronteira com a Bolívia completamente escancarada, e corrupção dos poucos policiais de plantão nas beiçolas do Brasil. Tudo muito conveniente.

Devemos entender o que está acontecendo. Os bandidos precisam trazer cocaína da Bolívia. Afinal, o Brasil é o grande empório do tráfico na América do Sul. Mais de 80 por cento da produção de pó da Bolívia vem parar no Brasil. Mas, os narcotraficantes estão sem grana. Os bancos adotaram todas as medidas de segurança contra assaltos. E os ataques aos caixas eletrônicos, por serem muito espalhafatosos, caíram no ridículo. E as cédulas ficam manchadas de tinta rosa. Até parece decoração para passeata da diversidade.

Então, surge o carro roubado como moeda de troca. Uma excelente alternativa. Os bandidos do Brasil transferem parte da nossa frota para a Bolívia – Morales agradece – e trazem, na volta, a produção do cocaleiro.

E, quando os brasileiros – os mais ingênuos, é claro – passaram a acreditar que o governo da república do mensalão adotaria medidas, para dificultar a transferência de carros roubados e a “importação” de cocaína, eis que Brasília fez justamente o contrário. Decidiu facilitar o crime.

Paralelamente ao decreto boliviano, surgiu uma decisão à moda brasileira, no mínimo surpreendente. Logo, logo, receptador de carro roubado não
poderá mais ser preso, no Brasil, desde que réu primário. Não vai para a cadeia, mesmo que seja preso em flagrante, ao volante do carro roubado. Que absurdo!

Devemos considerar que, antes de cruzar a fronteira da Bolívia, o carro brasileiro passa de mão em mão. Quem rouba já despacha de imediato para um receptador. Um inocente, na visão humanitária do governo brasileiro.

Porém, mesmo uma leitura um tanto simplista, nos revela algo profundamente maquiavélico. Autoridades bolivianas e brasileiras estão facilitando as atividades das quadrilhas, que roubam no Brasil e levam os carros para a terra de Evo Morales.

De repente, as diplomacias dos dois países encontraram uma forma de minimizar os problemas de trânsito nas grandes e médias cidades brasileiras. A solução seria a transferência, de forma violenta, de parte da frota para a Bolívia. 


A nova lei brasileira, votada e aprovada no Congresso Nacional, onde muitas excelências se escondem da polícia e fogem da justiça, foi sancionada pela secretária executiva do terceiro mandado de Lula da Silva. Trata-se da lei 12.403, que entrará em vigor em 5 de julho próximo.

Dilma Rousseff colou sua digital num texto pomposo, que traz um pacote de medidas para reduzir a população carcerária, ou, evitar superlotação nos presídios. A maneira encontrada foi reduzir o número de prisões.

Para não construir mais celas, as “otoridades” de Brasília optaram por prender menos. Inclusive receptadores de carros roubados. E o crime agradece.

Ainda sobre Evo Morales... O presidente da Bolívia está escrevendo seu nome na história. Ao seu gordo currículo de lendário cocaleiro, Morales está agregando a postura de legalizador do crime de receptação. Um detalhe muito importante: cocaleiro não planta café, nem soja.

Assim, se juntarmos o decreto de Evo Morales com a lei sancionada pela titia Dilma, teremos um código para o crime bilateral.

É, de fato, muitíssimo estranho. Morales abriu as portas da Bolívia para a receptação oficial. E o Brasil responde com a decisão de não prender receptadores, que são os “mulas’, ou “cabriteiros”, que levam e continuarão levando, cada vez em maior quantidade, nossos veículos roubados, para o outro lado da fronteira.

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