sexta-feira, setembro 23, 2011

Editorial - KOBRASOL, TERRA SEM LEI


Andar, no Kobrasol, em São José, à noite, é uma verdadeira aventura. Visitar as vitrines das lojas, então, nem pensar. Você é atacado por um batalhão de pedintes, de todas as idades e formatos, além de outros bichos estranhos. Para dar gorjeta, é muito arriscado. Se o cidadão resolve puxar a carteira do bolso, pode ficar sem ela. Se negar o “trocado”, corre o risco de ser atacado.

E também tem as bichas, ensandecidas, assanhadas, como mariposas ao primeiro contato com a luz elétrica. Essas, se imaginam eternamente na televisão, um casulo da cor do arco-íris. Até parece que toda noite e noite da parada da diversidade.

Guardadores de carros andam aos bandos, no Kobrasol. Disputam os “clientes”, com uma ferocidade de leão territorial. Quem não paga, pode até sofrer danos no veículo. A gíria é agressiva e ameaçadora, com aqueles que ousam desafiar a “otoridade” do dono das vagas. Que deveriam ser públicas.

Na Avenida Central do Kobrasol, nas paralelas e também nas transversais, circulam carrões abarrotados de alegres rapazes, todos muito valentes e atrevidos. Drogados e embriagados, ou tudo junto. Música, de péssima qualidade, em tom ensurdecedor, bebida, muita bebida, inclusive copos e latinhas nas mãos dos motoristas, são alguns ingredientes daquilo que se pode qualificar como tragédia anunciada. São candidatos à sacanagem, acidentes, que sempre vitimam famílias inocentes, brigas inconseqüentes e arruaças generalizadas.

Assim, pode-se dizer que o bairro Kobrasol, em São José, é uma terra sem lei. Cada vândalo age da forma que melhor lhe convém, sem nenhum respeito aos demais moradores e freqüentadores da vida noturna do bairro.

O Kobrasol, não é um buraco qualquer do fim do mundo. É um bairro com alta densidade demográfica, economicamente viável, com um comércio diverficicado, farta prestação de serviços e considerável númeo de indústrias. É o centro comercial e empresarial de São José, cidade da Região Metropolitana de Florianópolis - aliás, vizinha da capital de Santa ctarina. Justamente, por isso, merece um pouco mais de respeito e atenção das autoridades.

Enquanto a barbárie cresce, como erva daninha, descontrolada e perigosa, o poder público vira as costas, abandona o cidadão. Isso é uma constante, o que facilita o crescimento da criminalidade. O bairro Kobrasol vem registrando índices alarmantes de violência.

Os bandidos, desordeiros e delinqüentes se multiplicam nas noites do Kobrasol. Favorecidos pela ausência total dos órgãos de segurança. A Polícia Militar, espécie em extinção, desapareceu.

Na noite de sábado, 10 de setembro, por exemplo, instalou-se o império do caos e da desordem, mas a PM não estava lá. Não havia viaturas circulando e nem mesmo estacionadas em pontos estratégicos. Os PMs também não apareceram montando motocicletas ou cavalos. Nem mesmo a pé, como os lendários Cosme & Damião. Simplesmente, sumiram.

Talvez a PM não apareceu, para enfrentar os delinqüentes e desordeiros, porque acredita que a Guarda Municipal de São José está protegendo o bairro Kobrasol. E, provavelmente, a GM não comparece, porque acha que a proteção do cidadão é função da PM.

Ou, talvez, as duas forças de segurança desaparecem, recolhem seus homens aos quartéis, porque, à noite, é muito perigoso andar nas ruas de São José e do Kobrasol.

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