quarta-feira, outubro 26, 2011

MÁQUINAS VOLTAM A TRABALHAR NA AVENIDA ANICETO ZACCHI

Predominou o bom senso. A comunidade se mobilizou, contra a obra modificada. O Ministério Público ouviu, de imediato, os munícipes, evitando longos embates jurídicos. E o prefeito Ronério determinou a retomada dos serviços, à luz do projeto original.  

Fotos: Baby Espíndola Repórter




O trânsito é lento, na Avenida Aniceto Zacchi em obras

Neste espaço, pretendo abordar um dos temas mais controversos, dos últimos anos, na cidade de Palhoça, Região Metropolitana de Florianópolis, e que ficou fortemente marcado pela mobilização popular. Pela vitória da população. Um assunto que se transformou num verdadeiro duelo de titãs, tendo, de um lado, a administração municipal, e, do outro extremo da barricada, comerciantes e moradores do bairro Ponte do Imaruim.

A obra de revitalização da Avenida Aniceto Zacchi, com certeza, ainda nos proporcionará muitas alegrias. Mas, até agora, foi motivação de fortes dores de cabeça, principalmente para o prefeito Ronério Heiderscheidt, que, sem outra alternativa, mandou suspender os trabalhos, e determinou que fosse retomado o projeto original.

Desde o final de setembro, a Prefeitura mobilizou homens e máquinas, para colocar, em prática, o projeto de revitalização da “Geral da Ponte do Imaruim”, a Avenida Aniceto Zacchi. Porém, ao invés de ser motivo de felicidade para os comerciantes e moradores, que há muito tempo reivindicavam a obra, ela passou a ser um aborrecimento.

É que a Prefeitura alterou substancialmente o projeto original. No lugar de galerias de águas pluviais, nos dois lados da avenida, a empresa contratada passou a instalar uma tubulação, bem no meio da importante via de trânsito. E, sobre a tubulação do sistema de drenagem, a empreiteira começou a preparar o terreno, para criar, um canteiro para pedestres.

Segundo os manifestantes deixaram claro no abaixo assinado, em panfletos e durante as longas reuniões, as duas pistas de rolamento, separadas por um canteiro central, ficariam insignificantes ao trânsito de veículos. Impróprias para o trânsito de ônibus e caminhões. E a passarela, de tão estreita, seria um transtorno para os pedestres. Alegaram, ainda, prejuízos ao comércio, principalmente pela ausência de retornos para os carros.

A mobilização comunitária, contra o projeto alterado, foi muito intensa. A Associação Ambientalista Viva o Verde reuniu centenas de assinaturas, num abaixo-assinado, que foi parar no Ministério Público, com cópia à Prefeitura Municipal e à Câmara de Vereadores. O vice-presidente da ONG, corretor de imóveis Cláudio Silva, adotou a responsabilidade de mobilizar a comunidade.

Reuniões aconteceram. Diversas propostas foram analisadas, e os interessados, comerciantes e moradores do bairro, decidiram acionar o Ministério Público, pela paralisação da obra. E conseguiram.






Cláudio Silva, com o abaixo-assinado, com centenas de assinaturas

No pior momento da crise, os munícipes recorreram ao presidente da Câmara, Otávio Martins Filho. Tavinho agendou uma reunião, com o Secretário de Planejamento, Fabiano Ferreira, que ouviu, atentamente, as alegações dos representantes do bairro. Ao que parece, esse encontro foi fundamental, para o prefeito Ronério tomar uma decisão.

Ocorre que, nesse quase final de ano pré-eleitoral, não é conveniente, à administração municipal, uma queda de braço com moradores e comerciantes do maior bairro de Palhoça. Não há dúvida, em dois mandatos, o prefeito Ronério alcançou um alto índice de amadurecimento político, o suficiente para saber quando deve evitar desgastes. Por isso, depois de conversar, demoradamente, com o Secretário da Ponte do Imaruim, João Carlos Amândio (Bala), mandou suspender os trabalhos, que eram baseados no projeto modificado.


Prefeitura retorna ao projeto original, como mostra a placa, no acesso à avenida

Assim, no início desta semana, as máquinas voltaram a roncar, mas agora, guiadas por um projeto de interesse dos comerciantes e munícipes. Menos mal. Porque, nas contendas e desavenças, o povo é sempre o grande prejudicado, até porque é o mantenedor das obas públicas, através do pagamento de pesados impostos.

Depois da tempestade, a bonança. As obras foram reiniciadas. O projeto original deverá guiar os passos da empreiteira, que tem prazo de quatro meses, para concluir os trabalhos. A revitalização da Aniceto Zacchi está orçada em um milhão e 200 mil reais.



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Detalhes da pesquisa CNT sobre o estado das estradas federais, no blog
O ESTRADEIRO


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