terça-feira, outubro 21, 2014

DILMA EDITA MEDIDA PROVISÓRIA DA IMPUNIDADE

>>> Como forma de protesto, a Polícia Federal anuncia greve a partir da noite de quarta-feira.

Baby Espíndola

Na calada da noite, a presidente-candidata, Dilma Rousseff, editou a Medida Provisoria 657-14, que altera a hierarquia dentro da Polícia Federal. Em protesto, setores da PF anunciaram, em nota à imprensa, greve nacional, a partir de quarta-feira (22).

Por motivos mais que óbvios, a MP 657 está sendo tratada como “medida provisória da impunidade”. Trata-se de uma represália do Governo Federal ao vazamento de informações dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, delatores do esquema de corrupção da Petrobras.

Pegos na Operação Lava a Jato da Polícia Federal, os dois estão colaborando com as autoridades, em delação premiada autorizada pela Justiça, em troca de redução de suas penas.

Dilma não considerou “estarrecedor”, o esquema de corrupção, que desviou mais de dez bilhões de dólares, para o PT, PP e o PMDB, inclusive para as campanhas petistas de 2010. Dilma Rousseff foi candidata naquele ano, e venceu as eleições.
Mas, considerou “altamente estarrecedor” a revelação de parte dos depoimentos sobre a lavagem de dinheiro nos óleos da Petrobras.

DELAÇÃO PREMIADA
Segundo depoimento de Paulo Roberto Costa, ao Ministério Público Federal, o esquema de corrupção na Petrobrás repassou algumas fortunas para políticos, principalmente do PT. Para a campanha da ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR), o esquema teria liberado um milhão de dólares.

Gleisi, que é casada com o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, se elegeu ao Senado, em 2010, mas licenciou-se, para assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil, no início do governo da presidente Dilma Rousseff. Repetindo Lula, Dilma não sabia de nada.

Nas eleições deste ano, Gleisi Hoffmann concorreu ao governo do Paraná e terminou a disputa em terceiro lugar

Segundo a imprensa, Costa disse que a campanha de Gleisi recebeu ajuda a pedido do doleiro Alberto Youssef, apontado como operador de um esquema que teria desviado recursos da Petrobras para partidos políticos. Pegos na Operação Lava a Jato da Polícia Federal, os dois estão colaborando com as autoridades, em delação premiada autorizada pela Justiça, em troca de redução de suas penas.

Na delação premiada, Paulo Roberto Costa revela que os contratos da Petrobras eram superfaturados entre 18% e 20%.

Mas, isso não é “estarrecedor”, na visão de Dilma Rousseff. Estarrecedor, segundo a presidente, é denunciar, é apurar os fatos. Por isso, entra em cena a MP 657. A MP da impunidade.

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